Uma cadeira confortável, uma TV grande de tela plana, um controle que funciona 100%, 500 opções de jogos... essa é a vida do gamer hoje em dia... e está muito certo: conforto é algo essencial...
...mas não foi assim na minha infância (e acho que na infância de nenhum gamer atualmente perto dos 40 anos). Quatro moleques sentados num chão frio revezando dois controles de Super Nintendo, cada um mais bugado do que o outro, os dedos arrasados de calo de tanto tentar fazer golpes de Mortal Kombat que precisavam do “meia-lua”, uma folhinha de caderno amassada com os cheats do jogo, uma revista muito velha com o detonado de um game que só existia em inglês ou japonês e muito MUITO tempo para se permitir explorar um único jogo de todas as formas (afinal de contas, aquele era o jogo que teríamos em mãos, talvez, pelo ANO todo). Assim foi a maravilhosa, dolorosa e catártica vida do gamer dos anos 90.
E foram tantos jogos que joguei entre levas e trocas de fitas, aluguel de fim de semana e visitas rotineiras nas casas de amigos que um montante de pequenos jogos não pode ser deixados pra trás. Segue uma lista de jogos extraordinariamente eficazes em garantir horas de diversão num mundo cujo a monotonia tomou de conta.
1. Boogerman: A pick and flick adventures
Jogo de plataforma em que você controla um bilionário que se disfarça de faxineiro e que vive uma terceira vida secreta, tornando-se um excêntrico super-herói capaz de matar monstros com suas flatulências, arrotos e melecas do nariz para salvar o mundo da poluição!!! Exatamente: não tem pé, nem cabeça.
O jogo carrega essa intenção de humor escatológico desde seu protagonista atípico, passando por vilões ridiculamente doentios, até nos nomes dos estágios que sempre remetem a algo nojento (os Pântanos da Flatulência, as Montanhas Mucosas, o Palácio do pus). Boogerman trata-se de um clássico de plataforma onde você pode pisar em oponentes para eliminá-los com um peido ou arremessar gotas de meleca ou ainda disparar longos arrotos devastadores (há até um power up que se trata de uma pimenta e que te permite voar soltando fogo pelo c*).
É um game divertido, de fim de tarde, com bosses inesquecíveis que falam algumas frases de efeito (era bem incomum áudios de personagens na era 16bits) e que se torna interessante pela audácia de trazer algo nojento de forma criativa.
2. Doom Troopers
Jogo de ação e plataforma que pode ser jogado em dupla e rende algumas horas de jogo frenético. Ele é relativamente difícil (por isso seu tempo de jogo pode dobrar), mas não chega a ser amargamente frustrante como Contra 3, por exemplo. Existem dois personagens: Mitch Hunter e Max Steiner, ambos personagens atiradores como os antigos brucutus de jogos como Doom. Existe pequena diferença entre jogar com um ou com outro (basicamente um causa mais dano, mas gasta mais munição e o outro é o contrário).
Doom Troopers possui gráficos que causam aquela ilusória impressão de 3D dos 16bits (como os Donkey Kong Country) e é pesadamente agressivo: inimigos explodem em uma tempestade de sangue, são massacrados pelos tiros e a gente pode até ouvir a carne de alguns inimigos se rasgar quando suas cabeças ficam presas em plataformas e não sustentam o peso de seus corpos. Para uma dupla bem treinada, Doom Troopers pode levar pouco mais de algumas horas para zerar, o problema é que jogos antigos têm essa premissa de serem difíceis por terem constantes surpresas frustrantes.
3. Joe & Mac 2: Lost in the Tropics
Alguns dos bons jogos de plataforma que permitiam dois jogadores simultâneos. Joe & Mac nasceu nos fliperamas, adquiriu um certo sucesso e foi portado para os videogames dos anos 90. Atualmente a dupla até teve um remake bem desenhado continuando suas aventuras nos videogames atuais.
Em Joe & Mac você controla um de dois homens-das-cavernas num desafio plataforma cujo objetivo é derrotar neandertais e dinossauros gigantescos em seis “mundos” de fases em ambientes arcaicos e pré-históricos. É o tipo de jogo que você divide as vidas com seu parceiro e que exige repetir fases algumas vezes para decorar o padrão de inimigos para conseguir chegar ao final do game.
4. Demolition man
Adaptação do filme O Demolidor (com Sylvester Stallone e Wesley Snipes) num jogo de ação e plataforma frenético de movimentação rápida e... muito curto. Nele você controla John Spartan (Sylvester Stallone), um policial que desperta de um encarceramento congelado 36 anos após e precisa deter Simon Phoenix (Wesley Snipes), um criminoso de sua mesma época.
Munido de armas de fogo, Spartan salta no alto de prédios, se pendura e desliza em cabos de energia, enfrenta uma legião de inimigos na raça e salta de forma desajeitada e exagerada (você se acostuma com a proposta da movimentação kkk).
5. The Mask
Adaptação do desenho e filme “O Máscara” com Jim Carrey. Este é um jogo de plataforma excruciantemente frustrante, com fases demoradas meramente por causa da disposição das plataformas: algumas fases são quase labirintos e você corre aquele perigo de tropeçar em alguém ou alguma coisa e descer vários andares de progresso.
O jogo, entretanto, é impressionantemente bem-feito e criativo. O Máscara usa de poderes estapafúrdios para derrotar inimigos, invocando luvas de boxe gigantes, martelos pesados, buzinas trovejantes e um arsenal exagerado de armas de fogo. The Mask carrega aquele humor exagerado do desenho e isso reflete mesmo nos inimigos que aparecem nas fases (uma velha capaz de cuspir dentaduras afiadas, por exemplo).
6. Tiny Toon Adventures; Wacky Sports Challenge
Esse é o tipo de jogo que só teve lógica em sua época. Trata-se de um game de desafios esportivos cujos atletas são os personagens de Tiny Toon. Aqui a gente escolhe nosso personagem dentre os mais icônicos do desenho, podemos jogar em dupla, desafiando um ao outro ou participando de um torneio com outros participantes NPCs.
Os jogos são típicos das olimpíadas: arremesso de lanças, corrida, levantamento de peso, desafios de mira, salto à distância, salto em altura, etc. Wacky Sports Challenge gerou horas de diversão na minha infância. Seus estágios mais difíceis exigem que o gamer seja simplesmente perfeito no rank de TODOS os jogos disponíveis!
7. 3 Ninjas Kickback
Adaptação de 3 Ninjas Contra Atacam, filminho passável de Sessão da Tarde onde três crianças ninja desafiam uma legião de criminosos para salvar a vida de seu avô e sensei. Este é mais um jogo de plataforma, mas voltado para o beat’em up, de dificuldade frustrante e que exige a repetição de estágios para prever o padrão dos perigos que aparecem no meio do caminho para economizar a quantidade de vidas e continues possíveis.
O jogo exige um tempo de reação rápido e te coloca em situações que à primeira vista nem parecem ser possíveis de passar. Lembro-me de uma fase em que precisamos saltar obstáculos e deter inimigos em nossa frente enquanto uma insistente pedra rola em nossa direção, dificultando MUITO nossa vida.
8. Biker Mice from Mars
Adaptação do desenho Esquadrão Marte que acompanha a história de três ratos marcianos motoqueiros que tentam livrar o planeta Terra da mesma ameaça que levou sua raça à extinção. Biker Mice from Mars é um jogo de corrida isométrico (parecido com a proposta de Rock’n Roll Racing) em que você dirige motos ou veículos equivalentes rondando por cenários empilhados de obstáculos e perigos.
Esse jogo também possui o revezamento de power ups como nos jogos de Super Mario Kart, onde você pode utilizar armas, explosivos e nitro para ganhar vantagem sobre o oponente. Também é interessante o sistema que te permite comprar novas peças para sua moto e garantir ainda mais vantagem de velocidade, aceleração e resistência do veículo. Em muitos aspectos, Biker Mice from Mars é uma experiência melhor do que o próprio Rock’n Roll Racing, na minha opinião.
Biker Mice from Mars é um jogo que envelheceu muito bem e poderia ser facilmente revitalizado atualmente. Apesar da proposta de ser um jogo simples de corrida e ser de uma geração ultrapassada, provavelmente é um jogo que cativaria qualquer gamer a tentar jogar por pelo menos algumas horas.
9. Road Runner: Death Valley Rally
Nada mais, nada menos que a adaptação do desenho do Papa-léguas. Road Runner é um jogo de plataforma que usa da velocidade do bip-bip para escapar das inúmeras armadilhas do Coiote. É um jogo que pode ser frustrante no início. Estranhamente as fases mais desafiadoras são as primeiras e as posteriores simplesmente seguem um fluxo que pode ser vencido através da marra da velocidade.
Toda fase o coiote reaparece com uma ideia mais mirabolante do que a outra e, no meio do nosso caminho, precisamos enfrentar foguetes teleguiados, bombas que obstruem o caminho ou o próprio coiote tentando nos surpreender. Talvez precise ser jogado muitas vezes para decorar alguns padrões, mas o jogo é curto.
10. Ghost Sweeper Mikami
Baseado em um mangá que mais tarde virou um anime com cerca de 45 episódios, Ghost Sweeper Mikami é outro jogo de progressão lateral e plataforma onde você controla Mikami, uma exorcista de eventos paranormais que possui sua própria agência de caça-fantasmas e é contratada para lidar com o sobrenatural da forma mais eficiente possível: violência. Munida de uma ofuda (um tipo de pergaminho com símbolo japonês usado para afastar fantasmas), Mikami atravessa estágios golpeando inimigos e presenças fantasmagóricas em cenários mal-assombrados.
Ghost Sweeper Mikami é um jogo lançado somente para o Super Famicom (SNES japonês) e, portanto, existe exclusivamente no idioma nipônico, porém, o texto e diálogo pouco importam para a jogatina, uma vez que o jogo é simples e direto ao ponto (assim como eram vários jogos de plataforma da época). É um ótimo jogo para fim de tarde, possui somente sete estágios e sua dificuldade é muito equilibrada em comparação com os jogos de sua época.
11. Kirby’s Avalanche
Nada mais do que um jogo estilo Puyo Puyo, mas estrelado por uma das mascotes da Nintendo. Puyo Puyo é um tipo de Tetris que leva em conta a cor de suas peças que, normalmente, são gosmas que grudam uma na outra e explodem quando quatro estão juntas. O principal diferencial desse estilo de jogo em relação ao Tetris é que o jogador deve aprender a montar sequências de “estouros” e realizar combos que serão transformados em uma avalanche de gosmas intrusas e incolores do lado do adversário. Quanto maior e mais rápida é a quantidade de gosmas estouradas num evento, mais difícil você deixará a vida do seu inimigo.
Kirby’s Avalanche é aquele tipo de jogo que o player contorce a cara nos primeiros minutos (...aff... um joguinho de monta-monta!?”) e que a insistência em aprender sua mecânica acaba desenvolvendo um vício relaxante. Cada oponente monta sua estratégia e você deve desmontá-la criando a sua própria, às vezes recorrendo a longos combos, às vezes recorrendo a combos menores e mais rápidos. Kirby’s Avalanche virou um dos meus jogos de conforto e volta e meia eu o jogo para espairecer a mente, porém, para aqueles desacostumados, o desafio pode ser realmente difícil.
12. Looney Tunes B-Ball
Com certeza você já assistiu Space Jam, um filme de basquete que alia o astro do esporte, Michael Jordan aos personagens de Looney Tunes. Looney Tunes B-Ball junta essa galerinha de novo em partidas de basquete afetadas pelo exagero cômico dos desenhos animados.
Você escolhe sua dupla e enfrenta outra em um revezamento de pontos, idas e vindas em um campo curto, como numa partida de basquete de rua. Mais do que simplesmente arremessar e tomar bolas, os personagens da Looney Tunes têm suas próprias apelações que podem ser ativadas como um tipo de power up nas partidas. Assim, cenas como o Taz se transformando em um furacão que atropela todos pelo caminho; o coiote apelando para um aparato tecnológico para roubar bolas; ou o Marciano voando com suas botas à jato para alcançar o aro de basquete, são exemplos de mudança da rotina do jogo e o que torna esse game bem gostosinho de jogar.
13. NBA Jam – Tournament Edition
O NBA 2K da época dos 16-bits era chamado NBA Jam, um jogo desse esporte que é impressionantemente bem polido e contém os principais times norte-americanos para disputar um modo campanha acirrado. O jogo conta com o que se pode esperar de um jogo desses na época, mais um suporte para power ups que faziam os personagens fazerem o impossível durante as partidas: saltar da linha dos três diretamente para o aro ou fazer a bola arder em chamas para uma enterrada infalível.
14. Saturday’s Night Slam Masters
Este é um jogo de luta livre do Super Nintendo bastante funcional. Slam Masters coloca dois lutadores em um ringue e se limita à três ações: ataque, salto e agarrar. Ele possui todos os elementos que se espera de um Wrestling, então, você pode lançar o adversário contra as cordas e aproveitar o impulso para golpeá-lo; pode subir nas cordas e saltar sobre o oponente num ataque esmagador; erguer o adversário e jogá-lo contra a plateia... dá até para sair do ringue e açoitar o inimigo com as cadeiras.
Uma das surpresas desse jogo é poder jogar com Haggar, o mesmo personagem da série de jogos beat’m up Final Fight ... afinal, apesar de ser o prefeito de uma cidade, ser lutador de luta livre é sua profissão principal.
15. SD Hiryuu no Ken
Hiryuu no Ken é uma série de jogos de luta japonês bastante desconhecida no ocidente. Este game em específico possui versões SD (Super Deformed; um tipo de estilo chibi) dos personagens e possui um controle de movimentos surpreendentemente bastante responsivo. O traço anime dos personagens lembra BASTANTE os de Masami Kurumada, o mangaka criador de Saint Seiya. Tem personagens que fica até difícil não afirmar ter uma inspiração em Cavaleiros do Zodíaco. Ryuhi, o protagonista, tem as mesmas feições do Seiya; Hayato, um dos heróis; lembra bastante o Shiryuu; e o último chefão, Suzaku, a fênix, parece ter até mesmo o comportamento parecido com o de Ikki.
SD Hiryuu no Ken não deve nada a muitos jogos de luta da época. Ele possui um sistema de evasiva difícil de dominar (os botões R e L fazem com que o personagem dê um rápido salto para fora da linha de combate e volte imediatamente; nada mais que um segundo de reflexo), personagens carismáticos com poderes bem diferenciados (todos estilosos como são os personagens de anime) e um fator replay considerável.
16. Congo’s Caper
Do mesmo mundo pré-histórico de Joe & Mac (já citado nessa lista), Congo’s Caper é “o joguinho do menino pré-histórico que se transforma em saiyajin” (era assim que a minha infância o chamava). Tenho a impressão de que, inevitavelmente esse jogo passou pelas mãos de todos os meus amigos e seus Super Nintendos. Não diferentemente de Joe & Mac, este é um jogo de plataforma que você controla um menino com seu tacape e enfrenta dinossauros e homens-da-caverna.
Tem uma historinha até: era uma vez uma colônia de macacos; dois rubis caíram do céu e transformam um casal destes em humanoides com características de macaco (o rabo). O protagonista, chamado Congo, vai atrás de Congette, sua parceira que foi sequestrada por um demônio... pré-histórico. Todas as vezes que Congo é atingido por um inimigo, ele volta a sua forma de macaco; se Congo coletar três rubis ele ganha a forma de Super Congo (com cabelos loiros, espetados e tudo). O jogador deve enfrentar múltiplos estágios e derrotar dinossauros como chefe de cada mundo. Aparente, Congo’s Caper é um jogo que, sendo infantil, deveria ser mais fácil, porém, seu desafio, eu considero bem maior do que Joe & Mac e é provável que o jogador deva insistir e decorar padrões nas fases para se dar bem, se quiser zerar.
17. Sonic Wings
...ou Aero Fighters em sua versão japonesa, é um shmup (jogo de navinha) que me rendeu muitas horas de jogatina, especialmente por poder ser jogado em dupla. Escolhemos um time baseado em um país (Estados Unidos, Alemanha, Japão, Inglaterra) que vai influenciar nossos power ups, que são indispensáveis para zerar o jogo, e controlando nossos jatos com visão de cima, um exército de inimigo enche a tela de disparos e pilotos kamikazes.
Sonic Wings é um jogo difícil (shmups são normalmente muito difíceis), porém, dentre os jogos do gênero, talvez ele seja o mais indicado para jogadores iniciantes que querem testar o estilo. A diversão quadruplica se você tiver um amigo do seu lado. Ele possui um fator replay significativo.
18. Ganbare Goemon 2
Jogo de ação, aventura e plataforma exclusivo do Super Famicom (foi lançado apenas no Japão e possui tradução apenas de fã). Goemon é uma série de jogos bem-sucedida do passado, mas atualmente pouco se ouve falar sobre ele e é bastante estranho que séries como Wild Guns, Pocky & Rocky e até Actraiser tenham sido remasterizadas para os tempos atuais, e este jogo não. Os personagens são ninjas chibi e a jogatina se divide entre desafios de plataforma e beat’m up e um tipo de combate versus controlando um desajeitado robô gigante na porrada contra monstros enormes (como nos super sentais).
Ganbare Goemon é um game de jogabilidade bastante satisfatória, com desafios de plataforma de precisão e de resultado rápido: quem gosta do gênero vai pegar este game e dar atenção imediata. Este jogo possui aquele nonsense exagerado e cômico que só os japoneses entendem.
19. Ronaldinho Soccer ‘97
Nunca fui um fã de jogos de futebol, mas a vizinhança era, então, de vez em quando me via numa partida aleatória ou participando do modo campanha (torneio por chaveamento) de Ronaldinho Soccer ’97. Foi somente já adulto, que descobri que este jogo, na verdade, é um fanmade de Super Star Soccer (o jogo de futebol mais atrativo do Super Nintendo), tal como o Bomba Patch é dos Pro Evolution Soccer. Colocar patchs não-oficiais e mods em jogos é mais antigo do que a gente pensa.
Apesar de não ser grande fã, devo assumir que a mecânica desses jogos de futebol da era 16-bits eram genuinamente funcionais. Me lembro que havia uma cheat para transformar o juiz em cachorro também.
20. Speedy Gonzales: Los Gatos Bandidos
Jogo típico de plataforma das antigas que você controla o Ligeirinho. Não tem muita coisa para acrescentar sobre. O jogo oferece alguns momentos em que você pode abusar da velocidade do personagem, mas está longe de ser como na série Sonic, onde você atravessa fases na base da corrida atropelando tudo pelo caminho.
Uma curiosidade é que existe um fanmade deste jogo em que trocam o Ligeirinho pelo Sonic e era funcional até mesmo para rodar no próprio Super Nintendo (pra quem não sabe, Sonic e Mario eram mascotes de empresas contrárias e essa ROM Hack era obviamente ilegal). Esse cartucho passou pelas mãos de muita gente que jurava ser um jogo oficial.
21. Virtual Bart
Em uma feira de ciências, Bart Simpson passeia em uma exposição sobre realidade virtual e acaba ficando preso num jogo de videogame. Agora ele deve enfrentar desafios a fim de escapar da máquina. Passei muita raiva nesse jogo (kkk) especialmente porque ele tem controles nada responsivos que atrapalham, digo até exageradamente, a gameplay. Até mesmo saltar de uma plataforma para outra deduzindo a distância do salto era uma tarefa difícil.
Virtual Bart consiste em vários minijogos de corrida contra o tempo, onde o protagonista tem sua forma alterada em cada fase e é isso o que cria o desafio. Por exemplo, existe uma fase em que Bart se transforma em um porco e precisa escapar do abatedouro; existe uma fase em que Bart vira um bebê e precisa se aventurar pelas ruas em busca do carro do sorvete; e até uma fase em que Springfield sofre uma explosão nuclear, vira um mundo pós-apocalíptico onde Bart se torna um motoqueiro tipo Mad Max.
22. Weapon Lord
Esse talvez tenha sido o jogo de luta versus que eu mais sofri para zerar na vida. Weapon Lord é um game de luta com seleção de personagens medievais, cada qual portador de uma arma específica. A história é até interessante: em um campo de batalha, um espírito demoníaco entra no corpo de um mercenário moribundo. Ele renasce e derrota vinte governantes em combates sangrentos. O demônio continua a afundar o mundo em trevas até que sua condenação é predita por um xamã: “Quando a noite se tornar violenta e a lua sangrar, agarra pelos dedos esqueléticos da morte... uma criação se levantará para enfrentar o demônio em combate... e o senhor das trevas cairá pela mão do weapon lord/senhor da arma”.
O jogo é muito impressionante. Seus personagens, apesar de em pouca quantidade, são todos desenhados com muitos detalhes. Todos parecem ter saído do mundo de Conan: o bárbaro. O combate é difícil de aprender, pois cada personagem tem características de poder, alcance, salto, etc. muito mais distintas um do outro do que na maioria dos jogos de luta versus da época.
23. Venom & Spiderman: Separation Anxiety
Beat’m up clássico dos heróis da Marvel. Tudo se resume em andar pelas ruas, meter a sola em malandros e, de vez em quando, usar a teia para atravessar obstáculos. Este jogo é uma adaptação de uma série de quadrinhos do Venom (nome: Separation Anxiety). O vilão, no final das contas, é o maligno simbionte Carnage (Carnificina).
Alguns heróis, como o Capitão América, Motoqueiro Fantasma, Gavião arqueiro e o Demolidor aparecem para auxiliar no beat’m up, mas suas passagens são muito repentinas e não cura o fato do jogo ser meio repetitivo (inclusive na diversidade de capangas que precisam ser derrotados).
24. YuYu Hakusho Final
Joguinho bacana de luta versus com os personagens do anime YuYu Hakusho lançado apenas para o Super Famicom (apenas no idioma japonês). Aqui você pode enfrentar um outro jogador e selecionar alguns dos personagens mais icônicos do desenho ou participar de um modo campanha bem interessante que respeita a história do anime.
No modo campanha você pode selecionar apenas um dos quatro protagonistas. Dependendo de sua escolha, a rotina do jogo é diferente. Kuwabara, por exemplo, tem a trajetória de inimigos mais curta, enquanto Yusuke é o único capaz de enfrentar o verdadeiro e derradeiro desafio. É uma campanha que, para a experiência total, precisa ser finalizada com cada personagem a parte.
25. Dragon Ball Z 2: Super Butoden
Os jogos de luta de Dragon Ball Z sempre foram meio diferenciados de outros do gênero. A série Super Butouden integra vários personagens do anime e dos OVAs num campo de batalha amplo, que é o charme do jogo e possibilita verossimilhança com o desenho. Os personagens podem voar, abrir distância do combate (a tela fica dividida) para acumular KI e executar grandes ataques explosivos ou combos esmagadores como os mostrados no anime.
É interessante notar como os novos jogos da série ainda carregam elementos de jogatina parecidos com os desses jogos antigos, mesmo quando atribuídos a um universo 3D funcional.