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Compêndio de zerados [Retrô]: +20 Beat’m Up

 


Compêndio de zerados [Retrô]: Beat’m Up

                É difícil falar de arcades sem comentar sobre os jogos do gênero briga de rua. Junto aos de luta vs., o gênero beat’m up dominou o final dos anos 80 e a década de 1990 com uma coleção de jogos de mecânica simples, direta, porém, bastante efetiva, especialmente para quem deseja nada mais do que apenas passar o tempo e extravasar o stress esmagando botões.

Jogos beat’m up (a tradução mais direta é “jogo de espancar”) são jogos de rolagem lateral onde o jogador controla um personagem que espanca tudo que passa pelo seu caminho. O sistema é sempre seguir em frente, bater em uma quantidade enorme de inimigos e se posicionar bem na tela para evitar ser surpreendido pelos flancos. Assim como a maioria dos jogos antigos, também a maioria dos beat’m up retrô tem dificuldade exacerbada, chefões com barras de vida dobrada ou até quadruplicada e combates que só podem ser superados quando o jogador domina a hora certa de atacar e a de esperar.

A dificuldade, entretanto, é sempre compensada pelo tamanho do jogo. Beat’m ups retrô tendem a ser curtos, de uma a três horas, que é o suficiente para a jogatina de uma tarde inteira, levando em conta que o jogador já reconhece as mecânicas dos inimigos e não é constantemente surpreendido por um gordo investindo pela tela, uma prostituta que cospe labaredas de fogo ou um gigante que lhe agarra pelo pescoço e esgana até matar.

O gênero nascido nas máquinas arcades ganhou fama e a maioria foi portada para consoles caseiros. A maioria dos jogos listados a seguir foi zerado em consoles. Essencialmente o Super Nintendo e o Megadrive, ou emulados (aqueles que não tive o prazer de jogar em mídia física, foram emulados no PC, Gamestick ou o portátil RG35S).

Recentemente vem vindo uma onda de relançamentos de bundles com os antigos jogos beat'm up dos arcades disponível em todas as plataformas. É possível que parte desses jogos tenham sido portadas para os consoles atuais.

Final Fight 1+2+3

                Final Fight é no Super Nintendo o que o Streets of Rage é no Megadrive. Final Fight é considerado “primo” da série de jogos de luta Street Fighter e ocorre no mesmo universo. Haggar, Cody e Maki já foram várias vezes incluídos entre os selecionáveis das novas gerações de Street Fighter, enquanto personagens como Sodom, Rolento e Hugo são chefões de final de fase em Final Fight.

O primeiro Final Fight. Cody se torna personagem jogável em Street Fighter.

                Não há tanta diferença entre as versões arcade e Super Nintendo (onde zerei toda a trilogia) a não ser elementos de cenário (na verdade, isso é bastante comum e quase regra geral em brigas de rua portados dos arcades para consoles). Final Fight se passa em Metro City, cidade onde o crime e a violência dominam as ruas há muitos anos e todo mundo vive em estado de medo constante (você enxerga o nível da confusão quando o próprio prefeito da cidade resolve sair por aí dando porrada em marginal). 

Final Fight 2. Maki (personagem) e Rolento (boss) passaram a ser personagens da série Street Fighter

 
Final Fight 3. Lucia é a nova escolha de personagem.

                O enredo é sempre simples e bastante baseado em filmes americanos dos anos 1980, como Aventureiros do bairro proibido. No primeiro Final Fight, por exemplo, Haggar tem sua filha sequestrada por uma gangue chamada Mad Gear e ele se junta ao namorado da sua filha (Cody) e o parceiro dele (Guy) para darem cabo do líder da organização. Em Final Fight 2, a Mad Gear ressurge, sequestra a noiva de Guy do primeiro jogo (kkkk afinal, qual é a dessa gangue?), então Haggar recruta seu amigo Carlos Miyamoto e se junta à Maki (irmã da noiva de Guy) para dar um fim à gangue novamente. Por fim, em Final Fight 3, a gangue do Mad Gear é aniquilada, porém um novo grupo de criminosos chamado Skull Cross se torna dominante em Metro City. Aqui Guy retorna para a franquia após concluir seu árduo treinamento em artes marciais e se junta novamente ao prefeito Haggar e à Lucia, uma detetive da unidade de crimes especiais da polícia da cidade e Dean, um lutador de rua que teve a família assassinada pela Skull Cross.

Streets of Rage 1+2

                Streets of Rage é uma das franquias mais famosas nascida no Megadrive. Por muito tempo ela foi uma trilogia (nunca zerei o Streets of Rage 3), mas foi resgatada em 2020 com uma continuação: Streets of Rage 4, lançado na maioria dos consoles da geração. Já tive o prazer de zerar e este é um ótimo exemplo de ressurgimento de franquia.

Streets of Rage

Streets of Rage 2


                A trama de Streets of Rage acompanha policiais que combatem uma organização criminosa numa metrópole americana chamada Wood Oak City (pois é, não é muito diferente de Final Fight). O primeiro título foca em Axel, Blaze e Adam, um trio de policiais que abandonam seu serviço quando descobrem esquemas de corrupção e tentam fazer justiça com as próprias mãos lutando contra a entidade criminosa liderada por Mr. X, que também é um ex-policial. No segundo título, dois personagens aumentam o time, Eddie, que é um skatista e Max Thunder, ex lutador profissional. 

 

Streets of Rage 4 marca o ressurgimento da franquia e mostra personagens mais amadurecidos.

                Streets of Rage teve grande sucesso na década de 1990 e foi, inclusive, enredo para uma série de HQs aprofundando a narrativa do jogo e as motivações dos personagens em sair pelas ruas metendo cacete em todo mundo.

Golden Axe 1+2

                Essa série é um beat’m up medieval vindo dos arcades e ingressada nos consoles da Sega. Golden Axe é um clássico que ganhou grandes dimensões especialmente no Megadrive (é, provavelmente, o segundo ou terceiro jogo mais lembrado desse console).

                Enquanto Streets of Rage tem raízes nos filmes de ação e pancadaria americanos, Golden Axe lembra bastante o visual dos antigos filmes do Conan. O jogo se passa em Yuria, um reino de alta fantasia onde uma entidade maligna chamada Death Adder captura o rei e sua filha e os aprisiona em sua fortaleza. Ele também encontra o Machado de Ouro, artefato que é símbolo do reino e planeja destruí-lo caso o povo não o aceite como governante. 

Golden Axe (1): Tyris, Gilius e Ax

                Para detê-lo, três guerreiros se reúnem: Gilius Thunderhead, um guerreiro anão de machado que teve seu irmão assassinado pelos soldados de Death Adder; O bárbaro Ax Battler, o Conan do jogo, que procura vingança pela sua mãe sacrificada e Tyris Flare que teve a família inteira assassinada pelo próprio vilão.

                Golden Axe tem um enredo fantasioso bem típico de Dungeons & Dragons, portanto existem cenários como um vilarejo erguido nas costas de uma tartaruga colossal ou viagens montadas em uma águia gigante. Todos os personagens são capazes de lançar magias quando acumulam energia suficiente (adquiridas em poções azuis), mas alguns são mais eficientes do que outros na prática, por exemplo, o anão é o guerreiro mais resiliente, porém sua magia é a mais fraca, enquanto Tyris é mais frágil em combate e compensa com magias mais poderosas. Há também um sistema de montaria: podemos derrubar inimigos de cima de criaturas estranhas e passar a usá-las no combate, normalmente facilitando muito a ação.

O primeiro Golden Axe. Melhor manter distância de certos oponentes até conseguir uma brecha para atacar.

                Golden Axe 2 mantêm o trio, mas agora este deve salvar o mundo derrotando um clã maligno chamado Dark Guld (e novamente recuperando o machado dourado das posses inimigas), a jogabilidade é idêntica ao primeiro título.

Golden Axe 2, no arcade até três jogadores simultâneos

                Me lembro de passar maus bocados tentando zerar esses jogos. O combate exige uma certa paciência e chegar perto de alguns inimigos era a certeza de ser agarrado e espancado até a morte enquanto outro flanqueia. Usei muito da estratégia de investir para quebrar a defesa de inimigos quando estes estavam mais distantes uns dos outros. Outra coisa bastante frustrante é que o jogo só oferece o final definitivo caso o jogador finalize no modo difícil, porém, a dificuldade padrão já está bem acima da média.

Teenage Mutant Ninja Turtles IV: Turtles in time + Re-Shelled

                Esse jogo deve ter participado da infância de muita gente. Tartarugas Ninja, nos videogames, costuma ser sinônimo de beat’em up bom. A franquia brilhou no passado em arcades e ports para consoles e... continua brilhando contemporaneamente com remasters e remakes, como o Shredder’s Revenge, que é um beat’m up totalmente focado em ressuscitar a antiga experiência dos arcades para nossa atualidade. Resultado: sucesso.

TMNT IV: Turtles in Time. Lançando o inimigo na tela para acabar com o Destruidor.

                Existe pelo menos um beat’em up de Tartarugas Ninja em cada geração de console, sendo ele de progressão lateral ou em 3D, e todos rendem boas horas de jogatina, especialmente entre amigos. Dentre esses, Turtles in Time, portado para Super Nintendo, é aquele que dediquei mais tempo.

                Como de praxe, Tartarugas Ninja não possui um enredo tão profundo, nem procura fazer isso. O jogo começa com as tartarugas assistindo ao noticiário de TV onde a repórter April relata um ataque à estátua da liberdade e o grupo, então, decide andar pelas ruas de Nova York detendo os ninjas do Clã do Pé. A trama leva as tartarugas até o covil do Destruidor onde elas são enviadas para um passado longínquo e precisam viajar pelo tempo, enfrentando a pré-história, passando pela era moderna de bang bang, até um futuro tecnológico dominado pelo Destruidor.

Tela de seleção de personagens. Cada tartaruga tem uma vantagem que inclui poder de ataque, velocidade de ataque e alcance.

                TMNT IV: Turtles in Time possui um dos controles mais responsivos dentre os beat’m ups que já joguei. O jogo simplesmente flui entre combos, manobras especiais e arremessos dos inimigos na tela e, diferente de muitos jogos do gênero, sua dificuldade é justa, na média, nem tão fácil para zerar de primeira, nem difícil a ponto de ser frustrante. 

TMNT IV: Turtles in Time Re-Shelled. Um remake muito bonito, porém, incompleto.

                Existe um remake deste jogo chamado Teenage Mutant Ninja Turtles: Turtles in time Re-Shelled, lançado para Xbox 360 e PS3, porém, apesar da intenção de remodelar as tartarugas para um misto de 3D plataforma não ter sido tão má ideia, é notável como o remake não tem a mesma magia do jogo original. O remake, inclusive, é mais curto que o original (como pode isso?) e retira da jogatina a fase em que as tartarugas ninja invadem Technodrome, o covil do vingador, e precisam deter ele jogando adversários contra a tela... simplesmente a fase que considero mais icônica do jogo original.

The King of Dragons

                The King of Dragons é, provavelmente, um dos motivos para eu gostar tanto de RPG de mesa e de alta fantasia. Originalmente do arcade (onde existe a opção para jogar com até 3 players) e portado para Super Nintendo, este é um beat’m up de fantasia medieval muito mais divertido e bem menos frustrante que Golden Axe, ideal para jogar sem compromisso, várias vezes e em dupla.

The King of Dragons. Um grupo de RPG de mesa.

                O jogo se passa no reino de Malus e o jogador deve escolher entre cinco personagens selecionáveis para derrotar monstros liderados pelo dragão vermelho Gildiss. Cada herói possui suas próprias características e estilo de jogo, variando atributos entre força de ataque/capacidade de causar dano (o mago tem grande poder de ataque, mas pouca defesa), força defensiva/resistir ataques (o clérigo possui boa defesa, mas pouca velocidade), resiliência (o anão possui a maior barra de pontos de vida, mas o menor alcance) e alcance do ataque (o elfo dispara suas flechas até o outro lado da tela, mas tem poucos pontos de vida), basicamente como uma ficha de RPG, equilibrando suas capacidades através de atributos (o guerreiro de espada é o personagem mediano em todas as características).

King of Dragons versão arcade (até três jogadores simultâneos)

                The King of Dragons é um épico. A luta final contra um dragão vermelho que ocupa toda a tela é tensa e é melhor que o jogador chegue com algumas vidas e continues reserva. Caso game over, volta desde o início. Com o tempo, entretanto, a jogatina se torna previsível. Existe um sistema de level up tanto dos personagens quanto de melhoramento de suas armas e armaduras.

                Este é um dos jogos cujo port do arcade para o console muda apenas alguns elementos de cenário, mas, as fases e desafios continuam os mesmos.

Knights of the Round

                Baseado na lenda do Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda, Knights of the Round é como King of Dragons, mas sem uma variação tão significante entre os atributos de cada personagem. Selecionamos entre três heróis: o próprio Rei Arthur, que é o personagem mediano em termos de ataque e agilidade, Sir Lancelot, um espadachim lendário que prioriza a agilidade e Sir Percival, um guerreiro humilde cujo a arma é um machado que bate com força, porém, mais lento.

Knights of the Round no Arcade.

                Knights of the Round é curto, tem cerca de sete estágios. Aqui o bloqueio é uma ferramenta importante e quando utilizado com eficiência, às vezes, é a única forma do inimigo baixar a guarda e se tornar vulnerável a ataques. Em alguns estágios, os personagens podem montar cavalos e pisotear inimigos caídos, o que é bem satisfatório.


                Apesar de ser mais curto do que King of Dragons (tipo, metade da quantidade de fases), Knights of the round tende a ser mais difícil por não possuir itens de continue extra entre as fases (uma mão na roda em King of Dragons), então, você só pode contar com a quantidade de vidas e continues ofertadas inicialmente no jogo... e isso faz uma diferença enorme.

The Pirates of the Dark Water

                Baseado em um desenho animado de 1991, The Pirates of the Dark Water é um beat’m up que não difere dos dois anteriormente citados, entretanto é o mais genérico e cansativo.

                Selecionamos entre Ioz, o protagonista da série que é um jovem e destemido pirata; Tula, uma personagem feminina que, como de praxe, é a escolha de herói mais ágil; e Mantus, um pirata meio árabe que é mais parrudo e lento. Os três fazem parte da mesma tripulação e vivem num mundo onde um elemento denominado “Água Negra” parece estar extinguindo a vida. Os piratas navegam em busca de grandes tesouros e de uma cura para atual situação do mundo.

Pirates of the Dark Water no SNES

 
A série de Pirates of the Dark Water foi lançada em 1991 e possui apenas uma temporada. O elemento "água negra" é uma alusão à poluição ambiental e o desenho buscava passar uma mensagem de conscientização para o público... mas não fez tanto sucesso (não como Capitão Planeta)

               Este jogo é um pouco irritante e se prolonga por tempo demais. Alguns confrontos exigem uma quantidade maior de tempo, já que ir pra cima de inimigos nem sempre é o mais sábio (e, na minha opinião, isso quebra totalmente a proposta do jogo). Beat’m ups, no geral, costumam ter uma variedade de inimigos que precisam ser contra-atacados de acordo com suas manobras e posicionamentos, mas The Pirates of the Dark Water exagera um pouco nisso (da metade do jogo para o final aparece um inimigo baixinho que rola pelo cenário se esquivando de seus ataques e é realmente muito chato de enfrentar, não porque é difícil, mas simplesmente porque é feito apenas para aporrinhar e quebrar o ritmo do jogo).

Cutthroat Island

                Esta é a adaptação do filme “A Ilha da Garganta Cortada” para Super Nintendo e é o tipo de jogo frustrante de tão difícil, cuja jogabilidade atrapalha bastante a experiência. Entre fases de combate corpo a corpo e desafios de plataforma, o player vai morrer dezenas e dezenas de vezes até decorar os desafios e conseguir contra-atacar de forma justa.

A Ilha da Garganta Cortada é um sacrilégio de jogo até sua jogabilidade estranha ser dominada. 

 



                O enredo do jogo se passa nos anos 1600, na Jamaica, e conta a história de Morgan Adams, uma pirata em busca do cobiçoso tesouro da Ilha da Garganta Cortada desejo de seu pai, que se alia à William Shaw, um ladrão gaiato bem estereotipado que se envolve com a missão nada por acaso.

Tem fases que só jogando várias vezes...

                O visual do jogo é bacana e lembra muito os Prince of Persia antigões, com brigas de espada bem características, embora a movimentação dos personagens seja mais fluida. Apesar dos poréns, Cutthroat Island é um jogo audacioso, há cenas de combate que ocorrem em cima de uma charrete em deslocamento desembestado e uma fuga desesperada em cima de uma carroça descendo uma ladeira extensa cheia de obstáculos. O jogo definitivamente não é repetitivo, mas vai te obrigar a repeti-lo.

Por muito tempo esse filme foi considerado o maior fracasso de todos os tempos. Muito investimento e pouco retorno. Uma pena, pois ele nem é tão intragável assim.

 

The Ninja Warriors

                Ninja Warriors é o tipo de beat’m up lançado após muitos outros jogos de briga de rua, que se deu bem por manter as características esperadas pelo estilo, tanto que ganhou um remake chamado “The Ninja Warriors: Return of the Warriors”, lançado em 2019.

The Ninja Warriors. Só robôs com consciência humana para salvar a humanidade.

                Na trama, estamos em um futuro distópico dominado por um regime ditatorial governado por um homem metade ciborgue que se intitula Banglar, o tirano. Por anos esse tirano acumula poder ao realizar experimentos com soldados humanos que os transforma em máquinas sem poder de questionamento, até que um exército rebelde dá as caras. Incapaz de derrotar o tirano e seu exército de mutantes, o exército rebelde deposita sua confiança em um trio de androides autoconscientes inspirados em ninjas japoneses.

Tudo que se espera de um jogo de briga de rua, porém, bem executado.

Return of the Warriors marca o retorno da franquia em 2023.

                Kunoichi, Ninja e Kamaitachi possuem características de combate bastante diferenciados, mas ainda em torno dos estereótipos de beat’em up anteriormente citados: Ninja (forte e lento); Kunoichi (média); Kamaitachi (rápido e menos resiliente).

Captain Commando

                Capitão Comando é um dos jogos mais bem sucedidos dos arcades e chegou a ganhar ports até a geração do PS2 (o MESMO jogo). O herói é um dos símbolos da Capcom (note que as 3 letras iniciais de seu nome formam o nome da empresa: CAPitain COMando) e o protagonista chegou a aparecer em outras coletâneas como Marvel vs. Capcom como personagem jogável.

O grupo mais carismático de todos os beat'm ups.

 

                Sua premissa é idêntica a qualquer beat’m up da época: botão de ataque, botão de salto e um botão para soltar o especial ao custo de pontos de vida. O que ele oferecia em mecânica de diferente era a existência de algumas armas de fogo e uma bazuca (embora esses itens tenham passado a ser muito comuns em outros jogos do gênero). Além disso, Captain Commando possui o que, provavelmente, é o grupo mais carismático de todos os jogos de briga de rua que você vai conhecer.

                O enredo se passa em 2026, onde não só o mundo, mas o universo é dominado por criminosos que têm habilidades muito acima do comum. O grupo liderado pelo Capitão Comando luta cotidianamente para buscar a paz e erradicar os malfeitores. Além do protagonista, os personagens selecionáveis são: Ginzu, um ninja; Mack, uma múmia e Baby Head que é, literalmente, um bebê no controle de um robô. 

Um bebê controlando um robô...

 
... e uma múmia combatendo com duas armas

                Captain Commando possui uma dificuldade moderada, muito similar aos jogos de Final Fight. Com a repetição e um tanto de paciência (se perder todos os créditos volta para o início) é possível zerar após algumas tentativas.

Marvel: War of the Gems

                 A saga de Thanos num jogo de Super Nintendo é realidade. A Marvel e a DC tinham bastante costume de lançar beat’m ups para consoles e arcades na década de 90 e dentre as pérolas, War of the Gems se destaca. Esse jogo é muito bom, apesar de não poder ser jogado em dupla.

Marvel's War of the Gems: Tela de seleção de fases e de personagens.

                Temos uma tela de seleção de heróis: Homem-aranha, Capitão América, Homem de ferro, Hulk e Wolverine e um mapa mundi onde selecionamos as fases. Cada fase tem um chefão específico que, após derrotado, concede uma joia do infinito. Com acesso a pelo menos uma dessas joias, podemos vincular ela a um herói e receber seu poder. A joia do tempo melhora a velocidade do personagem; a joia da realidade encontra itens escondidos; a joia do poder aumenta o poder de ataque; a joia do espaço aumenta a altura do pulo e a joia da alma dobra sua quantidade de pontos de vida.

Thannos e a manopla das joias infinitas

 
Fases variadas e heróis com habilidades diferenciadas.

                Seguimos a jornada enfrentando inimigos clássicos das HQs como o Dr. Destino, o Coisa, Black Heart, Nebula e o próprio Thanos. War of the Gems oferece muito mais do que a maioria dos beat’m up da época. Com algum tempo de jogo percebemos que alguns heróis são mais ideais para enfrentar certas fases do que outros e também a escolha sábia de qual joia do infinito usar modifica bastante a dificuldade de cada estágio. Brincar com essas possibilidades é uma característica bem divertida e diferencial de War of the Gems.

X-Men: Mutant Apocalypse

                Mais um beat’m up da Marvel de qualidade (e novamente com a capacidade de controlar apenas um personagem). Professor Xavier convoca os X-Men: Cyclope, Psylocke, Wolverine, Gambit e Fera para resgatar outros mutantes aprisionados por Apocalipse.

                Cada personagem está vinculado a uma missão onde seus poderes vão garantir prosseguimento. No estágio do Wolverine, por exemplo, ele usa as garras para escalar a espinha dorsal de uma das sentinelas de Apocalipse; enquanto na fase do Ciclope, o jogador precisa usar o disparo de seu visor para destruir soldados montados em maquinários voadores. Cada herói possui três chances de tentar vencer o desafio e o jogador precisa completar todas as missões para abrir uma nova sequência de missões até zerar o game.

X-Men: Mutan Apocalypse. Selecione seu personagem.

 
The last battle

                X-Men: Mutant Apocalypse preserva a jogabilidade de cada herói e dominar seu alcance, seus ataques especiais e manobras facilita bastante a jogatina (existe uma fase de treinamento selecionado na primeira leva de estágios que vale a pena entrar para testar os personagens; no meu caso, especialmente o Ciclope). Ele se diferencia de outros beat’m up pela diversificação de tipos de ataque e por alguns desafios de plataforma que podem desanimar bastante um jogador que procura apenas o clássico de jogos de briga de rua, mas, no geral, é um dos melhores beat’m up da plataforma (e dessa lista), se passando facilmente por um jogo contemporâneo.

Mighty Morphin Power Rangers + The Movie

                Assim como Tartarugas Ninja, Power Rangers também tem história nos arcades e em jogos do tipo briga de rua. É provavelmente uma das séries de jogos mais nostálgicas dos anos 90 e recentemente recebeu o remaster chamado Power Rangers: Rita’s Revenge, que resgata os primeiros super sentai em um jogo que tem o intuito de atingir o coração dos saudosistas. 

Mighty Morphin Power Rangers

 
Mighty Morphin Power Rangers: The Movie

                Mighty Morphin Power Rangers apresenta os cinco rangers da primeira geração como selecionáveis em um jogo beat’m up de boa qualidade, mas de pouca dificuldade, quase very easy para jogadores acostumados com o estilo briga de rua. Muitos inimigos são derrotados com uma única pancada e os chefões têm padrões fáceis de reconhecer e contra-atacar.

                O jogo pode ser jogado em dupla e todo início de fase controlamos os rangers ainda na forma humana. Conforme derrotamos inimigos, alguns deixam dropar itens de energia que servem para preencher uma barrinha de morfar que quando cheia nos dá a possibilidade de morfar (aumentando poder e alcance do ataque e um pouco de resistência a danos).

Power Rangers: The Movie. Vilão do filme, Ivan Ooze

 


                Em Mighty Morphin Power Rangers: The Movie, acompanhamos a história do primeiro filme da geração de Power Rangers, tendo Ooze, como vilão final. The Movie é melhor do que o título anterior, sua dificuldade é maior, porém, se mantém fácil em comparação a outros beat’m ups da época, traz as mesmas características de acumular poder para morfar, mas adiciona a capacidade de utilizar as armas clássicas (espada para o ranger vermelho; tridente para o ranger azul; machado para o ranger preto; um par de adagas para a ranger amarela e um arco para ranger rosa) ou usar um especial que detona todos os inimigos da tela quando uma nova barra de energia é preenchida. Isso garante maior versatilidade na escolha dos personagens.

Cadillacs and Dinosaurs

                Um clássico preso nos arcades que só tive o prazer de testar em emuladores. Apesar de ser um dos beat’m ups mais cultuados (ele é baseado em uma série de quadrinhos e também possui uma série de desenho animado de sucesso na época), Cadilaques e Dinossauros não tem ports para os videogames da geração 80-90.


 
Dinossauros em experimentos biológicos.

                Estamos num futuro distópico (século 26), onde elementos tecnológicos se misturam a um mundo deserdado e uma gangue denominada Black Marketeers (Mercadores Negros) caça dinossauros (sim, eles vivem) para servir a um propósito até então desconhecido. As experiências com esses animais tornam eles criaturas violentas, com sede de sangue e estes passam a atacar aldeias. Um grupo formado por quatro heróis: Jack Tenrec, xamã e mecânico; Hannah Dundee, diplomata e exploradora tipo Lara Croft; Mustapha Cairon, um engenheiro e Mess O’Bradovich, o tipo de personagem meio-gigante com passado misterioso.

                Cadillacs and Dinosaurs permite três jogadores simultâneos, possui a base dos beat’m up antigos, mas tem uma vasta quantidade de itens que podem ser dropados entre os estágios e que fazem toda diferença no poder de ataque: são pistolas, metralhadoras, granadas, bazucas, que transformam a jogatina em uma experiência caótica que mistura pancadaria com explosões. Há também os dinossauros que, muitas vezes não desejam participar da luta, até que são açoitados pelos inimigos, entram e fúria e atacam quem quer que esteja caminhando na tela.

 

 

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